Da coluna de Lauro Jardim da Revista Veja
STJ rejeita reintegração de Kluwe à Abin
Está cada dia mais difícil a volta de Nery Kluwe aos quadros da Abin. Ainda no recesso forense, o presidente em exercício do STJ, Hamilton Carvalhido, negou liminar para reintegrá-lo à agência após ter sido demitido em abril pelo ministro do Gabinete de Segurança Institucional, Jorge Félix.
Um dos principais críticos da autação de agentes da Abin na Operação Satiagraha, deflagrada pela PF em 2008, Kluwe foi demitido por ter advogado para servidores do Ministério da Justiça, prática proibida por lei.
Carvalhido deu uma decisão técnica para rejeitar o pedido do sindicalista: não concedeu a liminar, porque, se assim fizesse, satisfaria já agora o mérito da causa.
Agora, Klwe tem duas caminhos para se salvar. O primeiro, jurídico, é que consiga reverter no próprio STJ a decisão urgente de Carvalhido. O segundo, administrativo, é apelar a Lula, responsável por dar a última palavra em recursos contra a demissão assinada por ministros. Kluwe não decidiu se recorrerá ao presidente.
Embora admita ter advogado para os servidores públicos, o sindicalista afirma que sua demissão tem motivação política – na época da Satiagraha, ele pediu a cabeça do ministro do GSI.
Pra que não sabe
O presidente da Associação dos Servidores da ABIN, Nery Kluwe, tem sido fonte do PIG que vaza assuntos da ABIN que deveriam ser sigilosos.
É claramente inimigo de Paulo Lacerda, e tem alimentado intrigas sobre a Agência, como ontem (17), quando revelou ao Jornal Folha de São Paulo, ter prestado depoimento na sindicância do GSI (Gabinete de Segurança Institucional) afirmando que Paulo Lacerda fazia relatórios "técnicos-policiais" de interceptações telefônicas e de e-mails da Operação Satiagraha.
Lacerda rebateu, através de sua assessoria: "São declarações levianas, despropositadas, que no momento oportuno serão objeto de uma ação na Justiça".
A sindicância do GSI é aquela que apura o suposto grampo ilegal de uma conversa entre o presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Gilmar Mendes, e o senador Demóstenes Torres (DEM-GO).